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Nova Erótica Galega

Vibrante de desejo e energia vem esta página em que recolhemos os produtos polidos dum projeto de recuperaçom e dignificaçom da erótica nacional. Avança ao teu risco e consciência.

Calendário erótico do Galeguismo

Umha mala de madeira com as iniciais A.C.M. apareceu entre as traves da casa que estám a restaurar na rua da Caldeiraria em Compostela. Arturo Quadrado Moure e Joám Jesus Gonçalves tinham nesse prédio a sua livraria/editora NIKE e todo parecia indicar que a angústia do 36 levara Arturo a agachar apressadamente um tesouro da história do Galeguismo que a secçom auriense teimava em ocultar. Quando abrimos a caixa olhamo-nos fixamente com um misto de surpresa e riso contido. Umha cheia de imagens e um manuscrito que as comentava com a habitual ironia de Arturo. Nom fomos quem de suportar em soidade tal responsabilidade; e por isso queremos partilhar este arquivo para desfrute do galeguismo contemporáneo. As pessoas que estudamos e sabemos as suas histórias sabemos que a realidade deveu ser mais escandalosa do que a história hoje nos revela.

Anais do Reino da Gallaecia

O dia chegará para a História julgar o eletricista Castanheiras. E quando assim for, no prato da balança dos bons feitos vai estar, sem dúvida nengumha, ter tirado das garras do deám da Catedral de Compostela os Anais da História da Galiza, texto até o momento ignoto que foi comprado por um anónimo mecenas no mercado negro num acto de extraordinário patriotismo por uma quantidade que nom podemos revelar, com o único propósito de fazer-nos chegar uma cópia.

O texto, escrito no jovem galego-português por várias maos e, a dizer do léxico, caligrafia e linguagem, ao longo de vários séculos, recolhe a intimidade da história medieval galega como nunca antes se achara. Sucessivos cronistas fôrom colocando no papel factos que eram com certeza de conhecimento popular na altura para os salvar do esquecimento, nom privilegiando os interesses deste ou daquele rei, mas com vontade de fazer uma crónica implacável, principalmente, com aqueles que tiveram o poder. De mui difícil leitura polo lamentável estado de conservaçom -muitas das páginas estavam coladas entre si por qualquer substáncia aderente, outras fôrom comidas pola couça ou a humidade-, tentamos recolher em cada página um resumo das informaçons que pudérom ser resgatadas.

As imagens conservam um estilo comúm, se bem que variável, o que nos fai pensar que vários desenhadores tentárom manter umha unidade ao longo do tempo, mas sem se poderem abstrair das modas de cada momento e das habilidades de cada um. Muito provavelmente algumas imagens foram acrescentadas décadas ou séculos depois da escrita do texto e dos factos que se narram, o que explica alguns anacronismos nas mesmas. A iluminatura apresenta um leque consideravelmente amplo de cores, por vezes mui diversas até na própria imagem, mas em outras ocasions enormemente reduzidas. Algum iluminador trabalhou com tempo e cuidado, enquanto outras miniaturas fôrom claramente coloridas às pressas, talvez às escondidas nalgum scriptorum quando ninguém via.

Por séculos guardado nos mais escuros arquivos da biblioteca catedralícia, nom foi a inexistente segurança daquela a que mantivo este documento afastado do conhecimento público, mas o rigor com que sucessivos arcebispos, deáns e cregos vários o guardaram para o seu próprio estudo, mortificaçom ou gozo. Algo há que dizer em favor do texto e das imagens que o acompanham que fossem poupadas da queima.